segunda-feira, 4 de outubro de 2010

caos em minh´alma




preciso confessar uma coisa: sou bagunceira....





sério, ainda tinham algumas pessoas nesse planeta que não sabiam disso...





a mãe de um amigo do Bernardo ficou chocada "não acredito, do jeito que você é, escreve, parece ser toda organizadinha"....





eu podia ter deixado uma fama de organizada e ter dito: "pô, Cris (nome fictício), realmente, lá em casa é tudo no lugar, antes de escrever faço notas, depois reorganizo, e não consigo escrever se as canetas não estiverem organizadas por cores e o computador virado pra Meca"...


mas não, falei a verdade, que sou caótica, por dentro e por fora....


é algo maior que eu, sério...


quando vou arrumar a casa, por exemplo, começo pelo armário de roupas... aí, quando acho uma toalha de mesa perdida, abro o armário de roupa de cama e mesa e vejo que também está bagunçado, então começo a mexer... nisso penso que se organizasse os sapatos antes, teria mais espaço livre... daí penso que poderia dar uma olhada na estante de livros...


dali a pouco olho em volta e ficou tudo fora do lugar (café sem açucar,dança sem par), e espalhado pela casa, quase todos os meus pertences... aí quando dou por mim, não tenho mais forças físicas, mentais e/ou espirituais, e a bagunça fica pior, porque geralmente coloco tudo dentro do armário de qualquer jeito.... ou não, deixo do mesmo jeito e vou ver televisão, ou dar uma volta pra espairecer... ou tocar violão porque no meio do caos encontrei um livro de canto do encontro de adolescentes de 1988.....


quando chego em casa, vou deixando um rastro de destruição... 2012 legal... sapato de um lado, bolsa de outro, roupa, acessórios....


tenho a sensação que alguns de meus pertences têm vida própria e viajam por aí... tipo minhas calças legging essa semana... achei a azul, mas a roxa ainda não voltou, e eu entendo... tá super na moda essa coisa de viajar pra se encontrar, então ela ainda deve estar na parte do "Rezar", falta conhecer o Javier, "Amar" e voltar pra casa....


quando perco uma coisa, nem adianta promessa pra São Longuinho... ele olha no celular "Aninha chamando" e envia sinal de ocupado....


como o destino é louco, me deu um filho Capricorniano, e sim, organizado... me dá bronca, faz queixa com a Jane, que trabalha aqui em casa.. reclama que sou muito bagunceira e que não arrumo minha cama....


minha desculpa é que sou um gênio, e preciso do caos pra produzir.... produzir o quê, você deve estar se perguntando... mais caos......


eu poderia dizer: Einstein era desorganizado, Gandhi sempre perdia suas túnicas, Lennon brigou com Paul por causa da confusão que fazia com as anotações musicais... mas não...


assumo que sou assim, mas quero melhorar, e sério, tento, mas não consigo.... já chorei muito ao me ver diante da bagunça que faço e que me domina, me sinto pequena, humilhada, derrubada por minha limitação.......


qual minha surpresa quando vi que as Chicas, lindas e maravilhosas, cantaram uma música chamada Bagunceira no show que assisti no dia de meu aniversário...... senti que foi um sinal....


pensei comigo mesma: é preciso levantar a cabeça!!... ter orgulho de mim mesma, "bagunça pra vida inteira", como diz a música..... e também tentar não deixar as coisas espalhadas, guardar o que uso depois de brincar, não começar a zonear, porque depois pra parar fica difícil.......


mas escrevi essa confissão pra ficar mais leve... e tentar organizar as idéias de que preciso ser mais organizada, sei lá....

sábado, 2 de outubro de 2010

Our house



Bem...demorei a começar esse post, porque tinha medo de ofender a crença de alguém com minhas gracinhas, ou pior, de ofender espíritos sem senso de humor...

enfim, vi Chico Xavier e Nosso Lar... contém SPOILERS, mas vale o ingresso, siga....

primeiro quero registrar que sou uma pessoa sem medo do além... tanto que vim morar além-túnel, virei tijucana...

passei minha pré-adolescência lendo Stephen King no sítio, depois que todo mundo ia dormir, sozinha na sala, e ainda apagava as luzes e fechava a porta da casa...

nunca vi espíritos (não que eu saiba, do jeito que sou distraída posso ter conversado com alguns e não me ligado), mas já ouvi muita coisa (não risadas histéricas como em alguns filmes, mas coisas sutis, como se viessem dos meus pensamentos - bom talvez seja eu mesma pensando ou tô esquizofrênica)....

na adolescência li muito sobre a doutrina espírita, além de passar meus dias na Igreja Católica sem nenhum medo de inferno, culpa ou "temor a Deus".... posso ser excomungada, mas sentia era muito Amor a Deus, isso sim...

na faculdade, fiz vários trabalhos sobre a "morte e o morrer", li muitos e muitos livros, e realmente depois de formada por diversas vezes trabalhei com pacientes terminais... o que todo mundo temia, me dava uma tranquilidade, achava que estar ao lado das pessoas naquele momento difícil era necessário, e me sentia útil e calma pra isso...

não tenho medo de cemitério, apesar de não gostar dos nossos velórios... acho que fica todo mundo pensando besteira tipo "ah, e se fosse comigo?", "ah, o que podia ter feito", e acho isso super pesado, pra quem fica e pra quem foi... gostaria que os velórios fossem mais alegres, se é que isso é possível... mais oração, mais música, não sei...

não tenho medo da morte, mas como todo humano, tenho medo da dor, da perda e do sofrimento... junto com o porquê da TPM, essa é uma pergunta que quero a fazer quando for desta pra melhor: porquê esse processo?

enfim, vi "Chico Xavier", é genial... ele tem um espírito guia, Emmanuel, que o acompanha durante sua vida e seus trabalhos... Emmanuel é o máximo, ele dá conselhos, orienta, acalma, enfim, é um guia dos melhores....

na melhor cena, Chico (observe a intimidade) está num avião em turbulência, e começa a gritar de medo... Emmanuel, após uma conversa tipo "pra quê o escândalo", vira e diz "tá com medo de morrer? então pára de gritar e morre com educação"...

queria.....queria muito ser um espírito elevado e ter um Emmanuel pra me dar esses toques, sério, é incrível... você tá em pleno chiliquinho humano e o cara te coloca no seu lugar, muito bom....

aqui em casa, de vez em quando Bruno me diz: "Emmanuel, Emmanuel".... porque quando disse a ele que queria ter um super espírito guia, meu marido disse que seria ótimo, porque ele diria "Ana, tira essa camiseta do Crepúsculo que você não tem 15 anos".... "Ana, tira essa tesoura da mão que cortar franjinha fica péssimo".... enfim, um espírito guia pra quem não tem muito parâmetro na vida terrena sempre é bom...

falar do além me lembra a avó francesa de meu amigo Amarante... ela é chique, linda, com um sotaque forte... Amarante morava num apartamento e ela morava no apartamento do lado... quando criança, ligava pra casa dele, e ela atendia com seu sotaque... eu perguntava pelo meu amigo e às vezes ele estava na casa dela, e ela respondia: "ele está do OTRRRRRO LADO", com super sotaque francês... se fosse um amigo desavisado ligando pela primeira vez, com certeza teria uma crise epoplética.....
"ferrou, cara, a casa do Amarante tá possuída por espíritos franceses que pegaram ele e levaram pro além"

"Nosso Lar" é bem legal... mostra parte do "OTRRRRO LADO".... e a cidade Nosso Lar do filme é uma mistura de Península da Barra com Brasília... linda, linda, todo mundo tranquilo, e fiquei feliz em ver cães passeando...

mas Andre Luiz, personagem do filme, quando morre e acorda, está no Umbral, local bizarro, onde ficam os espíritos sinistros... enfim, a explicação é bem maior e veja o filme ou leia o livro, mas o importante é que se você morrer e quando abrir os olhos estiver no meio da lama, grita!!! "SOCORRO, galera de branco, tragam a maca, me ajudem!!" sério, se arrependa na hora, chame Jesus, porque o Umbral é sinistro, quase me deu medo de morrer....

o melhor seria você fazer um exame de como anda sua vida, como anda sua humildade, respeito pelo outro, solidariedade, amor, enfim, tudo enquanto você está por aqui, já que esse é o objetivo... não espere o Umbral chegar pra mudar seus pensamentos e ações, fikadika......

Emmanuel também está em Nosso Lar, Emmanuel é rei... se ele estivesse no Facebook iria curtir tudo que ele fala....

meu marido (ai Meu Deus, ele vai me matar), tem medo do outro mundo... quando fomos ver Nosso Lar o cinema estava lotado, e só a cadeira do lado dele estava vazia, isso foi suficiente pra deixá-lo bolado... e como eu não perco a piada, toco um terror nele de vez em quando.... quando alguém pergunta o porquê desse medo, ele não sabe responder... sempre tem alguém querendo saber se ele é médium, e tal, mas como eu digo, mediunidade é uma coisa, cagaço é outra.... (Aninha se separando em 5, 4, 3,....)

sério, são 2 filmes muito legais... e os livros também.... não só os da doutrina espírita, existem livros bem legais sobre cura espiritual, por exemplo, se alguém quiser, dou uma lista....

os li numa fase da minha vida em que não encontrava resposta na ciência.... o que existe em meu corpo terrestre não tem cura pra ciência dos homens, então achei ótimas explicações na ciência do OTRRRRO LADO... sério, sério, como diz Bernardo....

o caso é que meu espírito guia deve ter desistido de me falar as coisas, ou porque sou teimosa, ou porque quando me empolgo com algo, não escuto vozes terrenas, imagina espíritos amigos...

mas saber que esses filmes estão fazendo tanto sucesso me deixa feliz, é sinal de que em pleno mundo caótico que vivemos, as pessoas estão precisando de apoio espiritual, espero que prol da humanidade como um todo, e não apenas pra salvar o corpitcho, digo, o "espríto", do buraco quente.....

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

reflexão pós-prandial


Acabo de chegar do almoço...


aí a maré alcalina me invade e com isso o sono pós-pança cheia, portanto só me resta filosofar...


voltei do almoço pensando em como os restaurantes a quilo (à kilo?- bateu dúvida e tô com preguiça de jogar no google) simbolizam a nossa sociedade a beira de um colapso (repara não, vi 2012 ontem, ainda tô chocada pensando que preciso armazenar gasolina, aprender a pilotar, achar um maluco com mapa das arcas e arrumar uma vaga pro avião na minha rua - porque não tenho dinheiro no banco, nem parentes importantes) ....


na época da faculdade eu almoçava quase todos os dias com meu pai... e ele, doido porém gênio, não gostava de ir a restaurante "aquilo"..... dizia que dava uma agonia quando ele via aquele monte de opção, e ele ficava indeciso, agoniado, e sempre acabava com um prato nonsense, com estrogonoffe, feijão, salada, frango, peixe, farofa e um pedaço de churrasco em cima...


realmente, antigamente era muito mais comum o P.F., prato feito... você sentava no restaurante e pelo mesmo preço, você tinha umas 5 opções...... pensava alguns segundos e dizia "garçon, traz o prato número 3"....


se você fosse habituè (oi? francês?) da casa, o garçom te via e dizia "boa-tarde, o de sempre?"....


e você podia relaxar e saber que logo logo seu filé com fritas tava chegando... tempos mais seguros, mais pessoais, sei lá...


claro que ainda existem os restaurantes a la carte (tô abusando no vocabulário hoje), onde você tem um menu com carnes, frangos, massas, e as opções são maiores, porém mais organizadas.... e mais caras também, por isso quem almoça na rua acaba caindo no buffet a kilo....


isso acontece comigo, e tenho uma técnica... tenho pratos feitos na minha mente... chego e arrumo o prato dentro de uma daquelas opções pré-estabelecidas na minha mente, saca?


coisa de gente doida, mas facilita, principalmente quando tô com muita fome e um pouco desnorteada quando vejo tanta comida junta...


mas sério, é uma mudança essa maneira de comer... mostra que hoje a gente quer tudo a nosso dispor, rápido, pronto, muitas opções, reis do mundo culinário gastronômico........


temos o poder nas mãos, e tudo a nossa frente... o prato é nosso, o restaurante é nosso, nosso jeito de comer e de organizar a comida no prato, diria a galera com TOC...


sei lá, tô viajando, mas acabei de comer e tô com um mega-blaster-super-sono....


e como o mundo vai se acabar, tudo pra mim está tomando formas de sinais do cataclisma, até mesmo o restaurante da esquina....


enfim, sono e falta do que fazer não combinam mesmo... té mais...

Outback Relax



Eu e as amigas mães dos amigos de Bernardo queríamos sair pra tomar um choppinho...


daí que mãe e relax não são coisas que andam muito bem juntas, e da última vez que saímos sozinhas pra tomar chopp foi meio tenso deixar as crianças em casa, por várias razões...


sei lá, só sei que alguém teve a idéia de ir ao Outback... todas surtaram... passaram umas 2 semanas trocando e-mails apenas falando em comida....


então no meio disso alguém falou em levar as crianças junto, todo mundo gritou "ótimo, U-HU!!"


o fato é Outbak e relax também não andam muito bem juntos... lá é um lugar meio tenso, você tem que planejar a hora que vai todo mundo chegar pra poder entrar na fila da fila, pegar um maldito pager que apenas é liberado quando já chegaram metade das pessoas, enfim, totalmente estressante... mas todas estavam mesmo desesperadas por batata e cebola, então resolvemos nos submeter a tudo...


enquanto esperávamos, 9 mães, 9 crianças... estávamos no Outback do Shopping Tijuca, que tem umas mesinhas do lado de fora... aí sentamos e pedimos comida...


segundo a garçonete, ali não são servidos pratos, apenas "petiscos"... pedimos por favor pra ela servir os pratos infantis, pelo fato óbvio que deveríamos alimentar nossos filhos... ela fez uma cara muito piedosa e disse que ia ver... voltou com uma afirmativa, e assim fizemos nossos pedidos, enquanto esperávamos pela mesa...


a comida chegou, o que acalmou o estômago das mães, mas não o caos infantil... nenhuma criança quis sentar pra comer, até porque onde estávamos tinha espaço pra correr, e subir num palanque onde as garçonetes guardavam suprimentos tipo guardanapos, pratos, etc...


e nesse espaço se encontrava a passagem para outras mesas vazias, que eram de uma delicatessen.... a garçonete da delicatessen veio dizer que as crianças estavam atrapalhando o fluxo de clientes... a delicatessen estava às moscas... tivemos que responder que ok, as crianças estavam correndo, mas não era por isso que o estabelecimento estava sem ninguém, e que ela parasse de reclamar... fiquei com medo de chamarem os seguranças do shopping...


dali a pouco, as crianças queriam correr mais, desbravar mais espaços...


Juju (nome fictício), a única menina do grupo, entrou na Antonella, como boa mulher, já viciada em sapatos....


não adiantou uma mãe tirar folhas para colorir com o Batman e uma caixa de pilot, isso durou pouco tempo de calmaria...


Bernardo disse que não queria comer, mas quando vi, ele estava comendo batata do prato da mãe do amigo... e depois vinha e pegava um bolinho de batatas pra distribuir pros amigos...


batata da mãe de amigo meu é minha também, claro....


resolvemos recolher as crianças pra colocá-los dentro do Outback, em frente a TV... era um cubículo, mas funcionou por um tempo...


olhávamos pra garçonete e nos humilhávamos, "uma mesa, por favor"...


dali a pouco chegou uma mãe louca pra comer aquele pão tão gostoso... ela estava faminta, tinha vindo de um dia de trabalho, pegou o filho na escola, merecia ser alimentada...


Sandra (nome fictício) pediu a garçonete um pão... a garçonete, que já dava ares de sadismo, disse que não podia servir pão ali fora... oi?.... eu ia criar um caso com ela, porque se ela tinha aberto uma exceção para os pratos infantis podia abrir exceção para os pães...


meu momento de luta pelos famintos foi interrompido por gritos de Bernardo no cubículo onde estavam... ele sentou numa prateleira e não queria sair por nada... fui tirá-lo e ele começou a se comportar como um anticristo, chorando e esperneando...


as mães, quase chorando, resolveram levar as crianças pro parquinho, 3 andares acima.... esses parquinhos modernos onde você deixa seu filho para ter alguns momentos de paz... foram os 9, achando ótimo.. inclusive a palavra "parquinho" foi melhor que água benta, Bernardo saiu correndo, deu a mãe pra Sandra (nome fictício) como um santinho e não olhou pra trás...


nós então conseguimos uma mesa menor... sentamos... fomos agraciados pelos deuses australianos do Outback... merecemos essa graça, saímos do umbral....


aí chega Guilherme, garçon novinho para servir 9 mulheres entre 30 e 40 anos desesperadas por um momento de diversão... coitado... falávamos ao mesmo tempo, pedíamos tudo amo mesmo tempo, e óbvio, daqui a pouco estávamos chamando ele de Guigui e questionando sua sexualidade tendo em vista sua franjinha meio emo meio homo...


resolvemos várias coisas constrangedoras: vamos de camisa igual na festa de fim de ano da escola, vamos fantasiadas na festa de um dos meninos, todas de heroínas...


falamos mal de todo mundo, rimos muito...


as casadas invejaram a vida emocionante das solteiras, mulher gato contou sua vida louca, ficamos com medo de assustar uma mãe que saía com a gente pela primeira vez, mas que se mostrou divertidíssima, e ficamos feliz de acolher mais uma pra nossa loucura...


Sandra (nome fictício) entrou em transe o tempo todo, comia seu pão, estava em outra dimensão...


enfim, nossa idéia de girico gerada por desespero por comida e um pouco de diversão acabou dando super certo, e as crianças se divertiram muito no parquinho, Bernardo estava com os olhinhos brilhando de alegria quando fui buscá-lo...


e nós pudemos ter momentos de diversão sem nos preocupar qual das crianças estava fazendo besteira, sem medo de garçonetes impiedosas... mãe precisa e merece se divertir, rir, ser uma pessoa "normal".....


mãe merece ser feliz pra fazer suas crianças mais felizes.....


voltamos pra casa felizes, com mais amizade, com mais histórias engraçadas pra lembrar....


afinal, nossas crianças precisam aprender que disso é feita a vida: bagunça e amizade!