sexta-feira, 4 de maio de 2012

A última feirinha do resto de nossas vidas



Esse ano Bernardo está sendo alfabetizado... se alfabetizando... aprendendo a ler e escrever...

Ainda não tive tempo de digerir bem toda essa idéia, pela situação louca da rapidez em que o inscrevi no sorteio do Cap.

Não penso naqueles clichês "meu bebê está crescendo", ou "agora ele vai se desgarrar de mim"... estou muito feliz e ansiosa, porque adoro ler e Bernardo ama livros, então esse ano será marcante e especial.

Outro dia falei pra ele que na próxima bienal do livro ele já estaria lendo, e perguntei o que ele achava disso... a resposta foi ótima:

- Mãe, vou correndo na parte de livros de adulto, que eu ainda não li.

Ele é abusado, e está curtindo tudo na escola nova. Quando falo que ele já sabe ler juntando as sílabas, ele diz que não sabe, enrola-enrola. Mas de vez em quando pego ele lendo cartazes, revistas, e outdoors.

Fomos à Feira do Livro Infanto Juvenil, como reza nossa tradição familiar milenar. Enchemos nossas sacolinhas de pano com marcadores para nossa coleção, Bernardo ainda pegou mais para levar para os amigos da escola e da van.

Fomos 2 vezes na feirinha do livro. No primeiro dia, eu e ele. No sábado, a família Griswold foi completa, encontrando amigos pelo caminho.

Compramos diversos livrinhos com frases menores, para que ele possa ler sozinho daqui a pouco, e não pude escapar de levar um "Nárnia" com ilustrações maravilhosas.

No sábado ele levou dinheiro que ganhou da avó para comprar livros que ele escolhesse. E ele sem hesitar escolheu um livro enorme com uma pedra vermelha dentro de um círculo dourado na capa: um "manual de espionagem".

Ano que vem como será a feirinha? e a bienal?

Uma das coisas que penso nesse ano é como a leitura é uma conquista maravilhosa para uma criança. Não apenas ser capaz de sozinho escolher as próprias aventuras nas páginas dos livros, mas a capacidade de decifrar o mundo, lendo tudo que passa pela frente.

Quanta emoção espera meu filho... mudanças incríveis que ele ainda passará na vida, conquistas, descobertas, aventuras, estudo, provas, desafios...

E tudo isso juntando letrinhas, sílabas e palavras.



sábado, 28 de abril de 2012

Crítica de Cinema: Os Vingadores


Como diz Pedro Fragoso, "Contém Spoilers" (mesmo confusos)

Eu sou uma nerd meio fake, porque não gosto de revistas em quadrinhos. Não fui muito envolvida no Universo Marvel até que Bernardo começasse a curtir super-heróis.

Tenho uma teoria: o cérebro do ser humano veio com uma capacidade limitada de neurônios com habilidade para entender ficção científica... pelo menos o meu cérebro... como pude entender Star Wars quando pequena e simplesmente me perder enquanto vi Transformes na TV outro dia?

Fato é que realmente viajo um pouco quando os personagens começam a elaborar todas aquelas teorias, elementos químicos, física, biologia e tudo o mais... Preciso captar o dualismo básico, quem é bom, quem é mau, qual a razão da briga.

Poderia ter me jogado na Wikipédia e ler a história de todos os heróis previamente, mas resolvi assistir ao filme com minhas ridículas noções básicas.

Logo no começo fiquei tensa com o Arqueiro. Nunca soube nada sobre ele, apenas vi que ele era gatinho no cartaz, e sei que ele faz parte do Cara a Cara Marvel do Bernardo. Pra mim ele era do bem, e quando ele começou ajudando o lado do mal, Bernardo não parava de perguntar: "mãe, quando ele volta a ficar bom?", infinitas vezes...eu enrolei, não sabia o que responder.

Tudo isso porque eu havia comprado um arco e flecha na rua da Alfândega e dado pro menino brincar de super-herói, ele estava se achando "o Vingador" na última semana, confesso que fiquei com medo de ter dado um furo, do Arqueiro ser mau e eu ter traumatizado meu filho.

Vamos falar sobre o carinha do tapa-olho.... ele não era do Matrix? Eu achava já ter visto aquele personagem em algum lugar, mas não sabia quem era...

E a grande "causa" da briga? um cubo de gelo energético? Um portal aberto para outra dimensão? O irmão do Thor/vocalista do Calcinha Preta totalmente na paranóia delirante dizendo que era Deus?
Não entendi até agora.

Vamos falar sobre o Thor.... a primeira coisa que pensei quando ele surgiu na tela foi "preciso comprar no peixe-urbano um cupom de corte+hidratação para essa pessoa"... isso me cegou o resto do filme, ele aparecia e eu pensava "CabeloCabeloCabeloQuebradoQuebradoPontasDuplas"....

Não vi o filme do Capitão América, então não entendi algumas piadas, mas continuo achando o cara almofadinha. E vamos combinar que a malha toda azul com a bota vermelha e o cabelo dele faz um conjunto meio sem graça - "almofadinha" - e que ele realmente só toma ares de super herói todo montado no escudo e na máscara - "fora imperialismo americano".

E temos Tony... que não precisa de armadura pra ser super-herói... que salvou a carreira de Downey Jº, que pega a Paltrow de shortinho pirigueti. Ele é demais.

Claro, temos Viúva Negra sapateando na mulherada, brigando, lutando, sendo linda com uma boca de coração de fazer inveja... e ainda ruiva.

A grande expectativa pra mim era Mark... já falei sobre minha paixão por ele... estava ansiosa por vê-lo como Banner... ele é lindo... ele é o Hulk, e o Hulk é o grande rei do filme. As cenas dele são engraçadas, foram as cenas que Bernardo mais gostou.

Descobri que tenho um pouco de Hulk. Na cena em que Tony fala para Banner que o "monstro" que ele temia foi o que o salvou daquela radiação toda... que sem o "monstro" ele não havia sobrevivido, e que Banner só precisava aprender a usá-lo. E vamos combinar que também tenho problemas em administrar raiva, também convivo com minha própria dupla-personalidade.

No final das contas o filme é demais. Mesmo sem eu ter entendido muita coisa, mesmo eu não tendo grandes paixões prévias pela Marvel. Sei que é cliché, mas somos todos super-heróis, basta a gente aprender a administrar nossos super-poderes.

Bjs,

She-Hulk

quarta-feira, 14 de março de 2012

Blog também é vergonha alheia

Queridos amigos, não sou apenas uma cabecinha desmiolada e um corpinho sarado.

Aproveito o blog para divulgar minha nova campanha política "Cê Jura?"...

Divulgue por aí, fica à vontade...

Seguem as fotos, que são auto-explicativas.


































segunda-feira, 12 de março de 2012

"38 anos de aventuras" ou "Picolé de tangerina não resolve tudo"




O blog anda sem ordem cronológica. Por isso a aventura de hoje é a mais recente dessa emocionante vida que levo.

Esse final de semana fiz 38 anos. Além de pintar meu cabelos com mechas californianas ruivas, resolvi comemorar com a família na Estação Natureza, a famosa fazendinha em Vargem Grande.

Os Griswalds foram enfrentar um dia de contato direto com a natureza, onde você come com patos, gansos, marrecos, galos e afins, sentados embaixo da sua mesa.

Bernardo chegou agoniado, querendo ver tudo, alimentou vacas, acariciou coelhos, segurou ovo de avestruz. Minha sobrinha Alice, mais bolada com toda essa história, ficou mais acanhada.


Gabriel, do alto da sua experiência de vida de 6 meses, não sabia com o que estava mais chocado: com os patos coloridos ou com o cabelo de pica-pau da tia aniversariante. Ele também correu o risco de dividir sua papinha de beterraba com um peru que se chegou tentando amizade com minha irmã.

Bernardo desceu 2 vezes de tirolesa, muito animado, muito feliz. Minha mãe, com a desculpa de estar cuidando de Gabriel, manteve-se quase todo o tempo sentada, tentando manter uma distância segura de qualquer animal.

Num dos momentos mais tensos da tarde, um jumento, que circulava solto pela fazendinha e já havia sido muito simpático com a gente de manhã, chegou perto de uma mesa onde uma mãe comia um salgado com o filho.

Veja bem, ele chegou de leve, tipo dando uma cafungada no pescoço da moça, e logo foi se aproximando da mesa, em direção ao salgado. A mãe chegava pro lado, e ele chegava junto. Algumas pessoas chamavam o animal, mas ele ignorava.

Não sei se vocês me conhecem, mas gosto de ser heroína e também sou muito interativa e amiga dos animais.

Rapidamente tive uma idéia brilhante: cheguei perto do jumento com o picolé de tangerina que estava tomando e resolvi chamá-lo, usando o picolé como isca para que ele me seguisse para longe da mãe apavorada.

Era o plano perfeito. Já podia ouvir os aplausos dos transeuntes, sentir os olhares de admiração das crianças. Quem sabe não ganhava uma medalha de protetora dos animais?

Lá fui eu... cheguei com o picolé pertinho da boca do jumento, chamando por ele... olhares tensos me acompanhavam... o jumento lambeu o picolé e virou-se pra mim... eu senti meu peito encher-se de orgulho, estava dominando a cena, meu controle era total...

Chamei mais uma vez, ele deu mais umas lambidas no picolé, e quando eu achava que ele estava completamente hiptonizado pelo meu magnetismo, ele puxou o picolé da minha mão.... todo de uma vez... com palito e tudo...

E obviamente voltou ao salgado da mãe desesperada. Só faltou responder "valeu pelo picolé, tia, da próxima vez traz de uva".

Os funcionários da fazendinha já estavam chegando e foram tocando o jumento com experiência profissional, da maneira certa (que definitivamente não é usando um picolé de tangerina como isca), enquanto meu coração disparou angustiado eu pensava se o jumento seria capaz de digerir o palito, se ele podia engasgar, e se eu poderia passar de heroína a vilã se o jumento começasse a passar mal na frente de todos.

Fui atrás dos carinhas, tentando explicar que tinha um palito na goela do bicho, mas eles disseram que tudo bem, o animal estava a salvo.

Ah, sim, e que o jumento na verdade era fêmea e se chamava Julieta.




quarta-feira, 7 de março de 2012

Itatiaia 3 - Cachoeiras e Despedidas



Domingo, último dia de aventuras.

Bernardo pulou da cama cedo, perguntando se Miguel já havia acordado. Escovou o dente perguntando se Miguel já havia acordado. Trocou de roupa perguntando se Miguel já havia acordado.

No salão de café da manhã, só sossegou quando viu Miguel, Paula e Marcos chegando.

Fomos passear pelo Parque Nacional de Itatiaia. No carro, aquela bagunça deliciosa de criança brincando, biscoito maisena, briga por bonecos e risadas.

Estávamos muito animados em ver cachoeiras, passear por trilhas, enfim, curtir a natureza extrema. Primeira parada: Maromba... a cachoeira é linda, a vista incrível... descemos por uma escada íngreme, no meio do mato, muito emocionante...

Sem dúvida entrou na lista dos 10 passeios para se fazer antes dos 20 anos na próxima encarnação!!

Afinal, tem que ter disposição. A piscina é linda, mas fria, então resolvemos apenas molhar nossos pés, porque tudo que não queríamos era levar duas crianças resfriadas de volta pro Rio de Janeiro. 

Tiramos fotos, subimos a escadaria de volta e seguimos nosso passeio, certos de que não aguentaríamos mais trilhas ou escadarias nas matas, principalmente porque Miguel ia no colo.

Paula, bem mais aventureira que eu, confesso, nos levou a um hotel abandonado que ela havia conhecido anos antes. Impressionante, um lugar lindo, completamente abandonado, parecia cenário de romance de Stephen King: o parquinho todo tomado pelo mato, uma piscina enorme abandonada, um orquidário destruído.

Próxima parada: Centro de Visitantes, onde tem um museu. Confesso que bichos empalhados me dão muito medo (na categoria palhaço, saca?)... mas fazemos tudo por nossas crianças... o local é legal, mas já era lá pra uma da tarde e a fome realmente nos impediu de admirar  melhor a fauna local.

De volta ao hotel, nosso último almoço, Bernardo ficou em crise depois de se despedir de Miguel, Paula e Marcos. Disse que ia sentir muitas saudades, vocês sabem como ele é dramático. Mas realmente tivemos sorte de conhecer uma família tão legal. (Bernardo inclusive se convidou para ir ao aniversário de Miguel, quase desmaio de vergonha).

No ônibus, ele voltou dormindo, acordou já pertinho da rodoviária. E quem nos esperava lá? Papai, com certeza aliviado de nos ver inteiros, sorrindo e felizes. 

Afinal, viagem com filho é algo totalmente bipolar, maravilhoso, e quando acaba a gente fica ansiosa pra programar outra.

Itatiaia, dia 2 - Feitiço contra o feiticeiro




Bem, lá vamos nós continuar a tentar relaxar num hotelzinho com paz, natureza, pássaros cantando...

Tomamos café, fomos pra piscina. Pra aquecida, claro, porque da gelada Bernardo não queria nem passar perto.

Chegando lá, uma surpresa: o mundo é um ovo, todo mundo se conhece, e você realmente deve ter cuidado com as câmeras de segurança te seguindo enquanto você pensa que Big Brother é coisa de Boninho.

Conhecemos Paula, Marcos e Miguel... conversa vai, conversa vem, descobrimos ter uma amiga em comum! (que bom que não puxei assunto assim: "oi, tudo bem? tenho uma amiga, a Sandra Maia, que é louca, desvairada, chata, boba, feia e tem bafo!"). OK, ela é louca e desvairada.

Bernardo se enturmou com a família Lamego, adorou brincar com Miguel, e eu encontrei mais uma amiga que gosta de conversar, de passear, de invertar moda e arte. Tudo isso descobrimos apenas em uma tarde, porque mulher fala demais e fica logo íntima.

Nesse meio tempo, Bernardo arranha os 2 dedões na pedra da piscina... momentos de tensão... ele não chora, mas resolve que precisamos ir para o quarto porque ele "precisa de cuidados". Sai mancando, falando que "não importa o que você fale, mamãe, eu não vou botar band-aid".

Chegando no quarto, o banho foi um espetáculo de som e fúria. Ele gritava porque ia arder. Veja bem, não estava ardendo. Mas mesmo assim ele gritava porque "vai arder muito, mamãe"...

Coloquei a roupa nele, peguei um pouco de hipoglós sem que ele visse e disse que era um remédio muito bom, ele se acalmou... veio então o momento dramático: disse a ele que teria que colocar um band-aid em cada dedão para assim botar a meia e o tênis e poder correr e brincar...

Foi tenso... uns 10 minutos de gritos... eu resolvi manter a calma e dizer que sem band-aid a gente não ia poder sair, o arranhado ia doer, então ele deveria pensar e lembrar que já havia usado band-aid outras vezes, e tal.

Quando eu achava que o mundo ia se acabar bem antes do combinado, ele resolveu colocar a porcaria do band-aid e fomos almoçar.

Ele aceitou minha sugestão de descansar um pouco depois do almoço, já que havíamos combinado com Miguel e sua família dar um passeio de carro. Bernardo viu Pica-Pau, eu cochilei... acabou o Pica-Pau e ele me chamou dizendo que estava passando um "programa"... quando olho, ele havia mudado para o canal onde passava Raul Gil.

Seu Padre, confesso que pequei...  como mãe preocupada com a formação cultural de meu filho o que eu devia ter feito? levantado da cama, desligado a TV e levado a criança para observar uns pássaros raros...

Mas não... sucumbi ao soninho debaixo do edredon e deixei Bernardo assistir Raul Gil por mais uns 20 minutos enquanto cochilava... por favor, não me denunciem, o ECA deve permitir um ato desse tipo vindo de uma mãe cansada...

Acordamos e fomos para a piscina, e Bernardo disse que não sabia se queria passear porque estava com medo do dedo doer... resolvi então mergulhar na piscina natural, e ele disse que não ia ficar ali me esperando, que queria ir pra piscina aquecida e fez uma pequena cena de birra e tal.

Daí eu resolvo ter uma conversa sobre como não ser egoísta, etc, etc... ele estava respondão, e eu disse que se ele não parasse com a bobeira iria ficar de castigo. Ele não parou com a bobeira. E eu tive que cumprir a palavra e colocá-lo de castigo.

Voltamos para o quarto do hotel, ele rebelde, mas baixando a bola porque viu que ia perder tempo de brincadeira para pensar sobre a importância de ser uma boa pessoa. O caso é: ele ficou de castigo, e eu também. Óbvio, estávamos os 2 sozinhos num hotel, eu tinha que ficar com ele dentro do quarto também. Sem TV a cabo... sem wi-fi...

Como eu havia dito, pensava que iria passar um final de semana relaxante e acabei "me colocando de castigo a mim mesma".

Depois de uma meia hora de choro, ligação para o pai (que estava em casa no Rio de Janeiro e podia apenas torcer para que eu e Bernardo não nos esganássemos num Parque Nacional belíssimo, cheio de beleza e encantos), nos acalmamos e fomos jantar.

E aí percebi que ele tinha ficado de bem, porque me chamou pra tirar várias fotos maneiras pelo hotel, como esta aí no começo do post.

No jantar reencontramos Miguel, e Bernardo já estava íntimo da família, sentou na mesa com eles, brincou de quebra-cabeça, dominó, baralho, tudo ao mesmo tempo.

E fomos dormir animados com o passeio que combinamos para o dia seguinte.

Moral da História? O Raul perguntou, você não acertou, pegue seu banquinho e saia de mansinho!!






















segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Itatiaia, madrugada 1



4 e meia da manhã.

       Acordo sem sono. Ao meu lado Bernardo dorme, ronca, se vira, se joga em cima de mim. Estou sem sono, tensa com mosquitos (hoje em dia estou com trauma laboral, pra mim tudo é Aedes Aegypti).

      Levanto e baixa um caboclo arrumador, que separa roupas sujas, caixas vazias de toddynho, prepara roupas limpas para que a próxima manhã seja de maior calmaria... afinal todo aquele processo diário de “acordar-escovar os dentes-colocar uma roupa-tomar café” pode se tornar uma tragédia grega a qualquer instante.

       O fato é que nessa minha vida de andar por esse país pra ver se um dia descanso feliz, vim parar num bucólico hotel em Itatiaia com Bernardo. Sozinha. Sem sinal de celular e sem wi-fi no chalé. Praticamente Lost. Aliás, “descanso” é palavra que parece não se encaixar bem.

       Ontem pegamos nossa mala “gigante” (beijos, mãe), e partimos para a rodoviária Novo Rio pegar um ônibus até Itatiaia. Adorei, o ônibus é novinho, mega confortável. Mas com a companhia de uma criança de 5 anos tudo chega num nível mais difícil do vídeo game. Ele resolveu fazer o Forrest Gump e não parou de falar um minuto. Eu fotografei estradas para distrair (aliás, a visão de um ônibus, de cima, faz fotos incríveis – não que alguém se importe com isso, porque não conheço ninguém que tenha como hobby fotografar estradas enquanto viaja como eu).

       O hotel é legal, tem uma piscina natural (gelada pacas) e uma aquecida (tipo sauninha baby), ou seja, você nessa bipolaridade térmica até desmaiar ou pegar um resfriado.

      Tem um “mini-museu”, pois o hotel é de 1931. Fiquei encantada com um cartão de Natal de 1944, ano em que meu pai nasceu. Bernardo, óbvio, queria entender porque queria tirar uma foto daquele papel. Tentei explicar, mas não rolou. Perguntei em que ano ele tinha nascido, ele disse “6?”, sem prestar atenção na pergunta. Depois falei que na data em que aquele cartão foi escrito, o avô tinha alguns dias de vida. Zero de emoção.

      O que ele gostou foi de ver a réplica de um quarto da década de 30, mas ficou chocado com o pouco espaço e perguntou onde as pessoas colocavam as coisas. Falei que na época elas não carregavam malas gigantes (beijo, mãe).

      De noite o salão do jantar estava todo lindo, iluminado com velas. Não lembro a última vez em que vi um restaurante tão lindo e fofo. Sentamos, e Bernardo teve uma crise de simpatia perguntando o nome de todos os garçons, agitado, e eu com medo que ele derrubasse o castiçal e a gente incendiasse um Parque Nacional de bobeira.

       Vamos ao menu... entrada: Sopa de Abóbora. Ele ADORA abóbora, mas disse que não ia comer. Ele tomava sopa de abóbora direto na escola, mas disse que odiava. Tirei algumas fotos da cara da pessoa enquanto tapava o nariz, ficava vesgo tipo Zacarias, tudo para enfatizar que odiava aquela sopa.

      Eu, enquanto mãe preocupada com o futuro nutricional do meu filho, ainda coloquei batata e cenoura no meu prato de sopa, e disse que era a sopa maluca da Rainha Branca (da Alice do País das Maravilhas). Ele ameaçou chorar...eu pedi ajuda aos deuses.

      Depois de uns dez minutos, convenci que colocar o arroz na sopa seria legal (eu adoro), e então disse que se ele demorasse muito os talheres iam começar a cantar igual na Bela e a Fera, reclamando que ele estava demorando. Ele riu e pediu para eu imitar o Lumiére... com sotaque francês...nesse ponto minha dignidade e paciência já haviam terminado de jantar e ido pro salão de jogos curtir uma sinuquinha.

     Ao fim de tudo, ele comeu a sopa. E um pouquinho de arroz com cenoura. Eu nem lembro como saí do restaurante (teriam chamado a SAMU?).

     E sabe o que mehor? Meu lado Nicholas Marshal achava que eu iria relaxar num hotel com pensão completa, que eu iria ficar mais tranquila que nas aventuras de Tiradentes.

    Sério... mães são tão iludidas.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Tiradentes - o terceiro e último dia da saga

Dia de voltar pra casa, mas ainda haveriam muitas emoções antes de pegarmos a estrada de volta.

Fomos passear de Maria Fumaça até São João del Rey, e lá encontramos o guia que contratamos em Tiradentes para seguimos com um grupo de van e passear pelo centro histórico. Afinal, circular com Bernardo por quase 2 horas naquele sol a pé seria muito auto-flagelo.


O trem é lindinho, o passeio é legal. Bernardo se sentiu um adulto porque foi sentado de um lado do trem sozinho, enquanto eu sentei do outro lado do micro corredor. Foi todo compenetrado olhando pela janela, não sem antes me dar uma recomendação: “não dorme porque alguém tem que cuidar de mim”.

Em São João del Rey ele não prestou muita atenção no que o guia falava, o que até achei bom, porque era tudo muito macabro. Tipo ele só falava de ordens religiosas, suas Igrejas e cemitérios. Tipo ele contando como os escravos morreram pra construir aquilo tudo. Tipo ele mostrando uma mancha na parede de um cemitério antigo e explicando que é a gordura dos corpos que estão enterrados... sério, bizarro.

Quando entramos na Igreja ele gostou mais, tirou fotos, prestou atenção nas histórias dos Santos mas ficou chocado com Jesus deitado dentro de um vidro, todo machucado. Dei explicações genéricas, achei melhor não gerar mais traumas na pequena pessoa.

Ele tentava ouvir o que o guia dizia, mas de vez em quando me fazia perguntas hilárias;

 “mãe, o que é Marrom?”... “é Maçon, filho”...

“Mãe é ouro de verdade? Igual às das medalhas”... “acho que sim, filho”

“mãe o moço falou que o cabelo da estátua é de VERDADE... sério? Porquê? De quem? A pessoa chorou pra cortar? Foi no salão ou a mãe dele?”....

Eu já estava sentada, exausta, sem força nem pra fotografar.

Passamos numa fábrica de estanho, achei que ele fosse pedir para ir embora, mas ele pirou na história de que o estanho é uma pedra derretida e tudo o mais. Comprei um elefantinho micro pra ele, que foi a primeira coisa que mostrou pro pai quando chegamos em casa. Nessa fábrica, tirei foto de uma placa ótima:




Pensei que fosse um curso, uma palestra, sei lá... mas faz parte do babado do estanho ser pedra e virar bules caríssimos.


Voltamos de van para Tiradentes, almoçamos e pegamos a estrada, certos que cinema é nossa paixão e que em 2013 a gente vai de novo (isso se o mundo não se acabar bem cinematográfico em 2012, claro).

PS: KD Selton?

Tiradentes dia 2 - A Missão

Dia 2 - Tarde
   
Depois de tantas emoções na Mostrinha, fomos correndo assistir a um grupo de teatro de rua na praça do centro histórico. Nessa hora o sol resolveu aparecer “de com força”, mas faço tudo pelo cultural-alternativo e pelo sorriso de Bernardo, que gargalhava alto.

Abaixo fotos do site da Mostra...

  
 perceba bem no meio do público, sentados no chão, eu e Bernardo..






agora eu num momento Mike Wazawsky......


Numa pousada havia uma exposição da Petrobrás sobre cinema brasileiro, onde ganhamos uma bolsa LINDA com vários brindes e Bernardo adorou uns flip-books da turma da Mônica vivendo aventuras nos filmes nacionais.

O carinha filmou muito o Bernardo nessa exposição, fico devendo essas cenas de mais brilho familiar.

Chuviscou, abriu sol. Chuviscou, abriu sol. Pedi encarecidamente que Bernardo entrasse comigo numa loja de colchas para escolher uma pra mim e Bruno (e Digby) e outra pra ele. Caiu uma chuva fortíssima, e resolvi fazer uma horinha na loja até o tempo melhorar.

Enquanto isso Bernardo estava agoniado, queria colocar a capa de chuva sozinho, tentou várias vezes, sentado no chão, de pé, deitado no meio da loja. Depois falou pra moça fechar a conta que ele precisava ir embora. Oi?

Com o fim da chuva forte ele saiu feliz da loja com uma colcha de pirata, mas disse que qualquer loja era chata, e que queria ir embora. Eram quase seis da tarde e ele tava batendo pino. Fomos pro hotel, tomamos banho e dessa vez ele capotou. O cinéfilo estava cansado.

Tiradentes dia 2 - Fama e lágrimas

Dia 2 - manhã...

Cordei, KD Selton?

Coloquei o relógio para despertar às 8 e 15. Tínhamos que correr porque a sessão de cinema começava às 11. Sete horas da matina eu já estava de pé, arrumando mochila, carregando câmera e celular, tomando banho no banheiro famoso.

Oito horas ele acordou. Sentou na cama de sopetão, já falando, perguntando tudo ao mesmo tempo. Trocou de roupa, colocou a fantasia do Homem de Ferro com o chapéu de aventureiro camuflado. Na hora do café, ele achou tudo o máximo, tudo delicioso. Comeu rápido e bem, porque precisava andar rápido. Ai que orgulho de ver meu filho tão parecido comigo – agoniado, ansioso, aflito, tenso.

Subimos na linda Igreja que fica em frente a tenda onde veríamos o filme. Tiramos fotos lindas. Daí ele estava apreciando a vista quando viu a tenda lá embaixo... “corre, mãe, corre, mãe, anda, rápido, o filme vai começar..”

Fomos para a fila, tiramos mais fotos, e percebi que o gosto que meu filho tem por cinema é uma coisa dele, forte (influenciado por mim, claro, mas é uma paixão sincera.) Que bom que ele tão novinho já tem um “hobby” favorito, aliás acho ótimo termos várias paixões durante nossa vida.

Entramos na tenda, em pé na fila, enquanto o mesmo palhaço que estava lá ano passado fazia suas palhaçadas. Todos sabem que eu não gosto de palhaço, mas esse é bem legal. Dali a pouco chegou a Turma do Pipoca, e Bernardo adorou, correu com os bonecos, tirou foto. Ganhamos jujubas embaladinhas com o rosto dos personagens no saquinho.

Nisso acontece o inesperado ... o repórter da Globo Minas chegou do nada e começou a entrevistar o cara que estava atrás de mim, com uma filha um pouco mais velha que Bernardo. O cara começa a falar que é professor em São João del Rey e que estava levando a filha ao cinema pela primeira vez...

Pronto, já estava com os olhos cheios d´água. Aquela criança ia ao cinema pela primeira vez. Que emoção ia sentir? Ia gostar tanto quanto meu filho? Minha cabeça rodou, e eu tirei fotos dela com Bernardo brincando com os bonecos, anotei o email do pai para mandar os registros desse dia tão incrível.

Além disso, saímos na TV, foi um brilho só! Aparecemos na reportagem da Globo Minas sobre o último dia da Mostra. Nem vou colocar o link aqui, porque a fama foi efêmera e passageira.

Segue abaixo o print dos meus 2 segundos de fama na Globo Minas. (Agradecendo à Sandra Serpa, uma querida da minha equipe de produção)




Agora percebo porque o cara não decidiu não nos entrevistar: Bernardo era a única criança fantasiada e eu a única com cara de turista maluca.

Entrei no cinema já com vontade de chorar pensando na menina estreando no cinema, lembrando dos cavalinhos que sofrem puxando charretes na praça da cidade.

O filme “Uma Professora Muito Maluquinha”, não era muito atrativo pra mim, sinceramente achei que seria chato. Mas me dei mal... o filme é lindo... saí da sessão com nariz de rena, olho inchado. Já no inicio tem música de Milton Nascimento, e pra mim ele é tão máximo que se ele cantar “Ai se eu te pego” eu me emociono.

O filme começa com um menino e seu primeiro dia de aula. Pronto, transferi legal para a história de Bernardo e seu ano tão cheio de novidades. Mais choro.
A Professora é uma fofa, linda, com uma visão de mundo diferente, cheia de vontade de fazer coisas novas, de ver seus alunos “pisando firme,cantando alto, sorrindo livre”. Transferi para mim mesma que sofro por ser uma pessoa diferente nesse mundo opressivo, blá-blá-blá get-over-it-e-vai-pra-terapia. Mais choro.

O Chico Anysio (que eu nem sou fã, mas que está doente numa fase tão difícil para a família e amigos – insira aqui mais transferência) está incrível como um Monsenhor sensível, que entende a sobrinha cheia de vida, e está velhinho, sendo cuidado por ela com muitos abraços e beijos. Mais choro.

As crianças descobrindo sentimentos, fazendo grandes amizades, aprendendo sobre o mundo... mais transferência, mais lembranças da turma da escola de meu filho, dos filhos de meus amigos, mais choro.

E no final, enquanto sobem os créditos, “Menina Amanhã de Manhã”, música linda, se joga no clipe aí em baixo. Mais choro, e realmente senti as pessoas me julgando louca enquanto saía do cinema.



Tiradentes - dia 1, Se me odeia, deita na BR



Agora ninguém me segura, sou realmente uma easy-rider. Só falta a minha Kombi, minha Pequena Miss Sunshine.

Peguei o carro e junto com Bernardo (lamentavelmente sem meu marido que tinha que trabalhar e ficou com Digby, o cão) fui para Tiradentes ver a 15ª Mostra de Cinema, porque somos cultos e antenados.

Comprei uma promoção de uma pousada que fica em São João del Rey, a 5 km do centro histórico de Tirandentes, que é o local onde acontece todo o babado. O endereço era BR 265, número tal. O que eu não sabia é que era bem na beira da BR, e se eu num momento de crise existencial resolvesse odiar a mim mesma, era só deitar na porta da pousada.

Chegamos na cidade às quatro da tarde. Sem brincadeira, estávamos como pinto no lixo, já que somos nerds e maníacos por cinema. Bernardo adorou rever a Turma do Pipoca, brincar de amarelinha na praça. A cidade estava cheia, o tempo estava ótimo, alternando chuva e sol.

Percebi que a educação que dou a meu filho anda ótima, porque a cada loja em que entrávamos ele dizia “Boa tarde, qual seu nome? Você trabalha sozinha aqui?“... mas não consegui focar em nada nas lojinhas enlouquecedoramente lindas, porque ele estava super agitado. Meu coração ia na boca cada vez que ele passava rente àquelas bonecas namoradeiras, aos enfeites de pedra sabão.

Compramos chapéus de aventureiro, uma camiseta para o papai, um chaveiro de madeira com a letra B (igual ao que ele havia comprado ano passado e tinha havia perdido). Ele ficou um tempão com os caleidoscópios, perguntando pra “tia da loja” quem tinha colocado aquelas pedrinhas ali.

Lá pelas 7 da noite ainda estava claro quando resolvemos voltar para a pousada. Quando entramos para tomar banho, um grande acontecimento: o banheiro era enorme, mas não tinha box nem cortina. O chão era inclinado e a água que caía do chuveiro escoava direto pelo ralinho e depois você passava um rodo.

Bernardo pirou com isso. Não entendi o porquê... não sossegou enquanto não tirou uma foto para mostrar pro pai. E passar o rodo foi o evento que fechou a noite com chave de ouro. Aliás o banho coletivo também foi o máximo, e o chuveiro era bom mesmo.

Fomos dormir e ele surtou na hora em que deitou. Falava como uma metralhadora, rolava na cama, deitava de bruços, por cima de mim, sentava novamente... “Mãe, me ajuda a dormir?”... começo a cantar e ele diz que aquilo estava irritando ele... tento uma história e quase pedi água benta na recepção, porque ele ficou possesso. Aí tive que apelar para uma coisa toda fofa e tradicional para acalmar uma criança: um belo esporro.

Ele dormiu agitado, falou muito, quase derrubou a mesinha de cabeceira com o pé. Acho que sonhava com toda a emoção que ele esperava encontrar no dia seguinte. Eu descansei bem ao lado da criança turbulenta, ouvindo os carros e caminhões que passavam pela BR. Mas confesso que também sonhei com o que poderia acontecer, com as novidades inesperadas que fazem uma viagem ser tão divertida.

E claro, atormentada pela pergunta: KD Selton?

Se isso não é sorte, pohhhhhãnnn



Começando com um bordão antigo para contar uma história antiga, mas que mudou tudo.

Eu trabalho na Uerj, e num belo dia de setembro vi um cartaz sobre o sorteio do Cap Uerj... mas como Bernardo tinha 4 anos e ainda ia para o PréIII, vi que não era pra mim agora.

Mas como toda boa mãe neurótica, um dia resolvi abrir o site, pois como mudei meu local de trabalho, queria saber se no ano seguinte, quando fosse inscrever meu filho no sorteio, se isso influenciaria em alguma coisa.

Qual minha surpresa? Poderiam ser inscritas crianças nascidas até 31 de dezembro de 2006, e Bernardo nasceu 26. Era o penúltimo dia de inscrição, sei lá. Surtei bem surtada.

Desci a 28 de setembro embalada por um samba de Noel em minha mente procurando o banco para pagar a inscrição, voltei pra faculdade, fiz a inscrição pelo computador. TENSO.

Quando cheguei em casa de noite, formou-se o climão. Falei para Bruno na lata: "inscrevi Bernardo no sorteio do Cap"... aí ele surtou bem surtado... achando que eu sou uma louca- ansiosa- maluca que inscreveria o filho num sorteio antes da hora, ele só acreditou no dia seguinte, quando leu o edital. Não entendo porque meu marido é capaz de pensar essas coisas sobre mim.

Avisa os amigos com filhos na mesma idade, pede pra avó rezar e.... não conta pra ninguém o dia do sorteio. "Porquê?", você amigo leitor deve estar se perguntando... pra ninguém colocar olho gordo? pra não gerar climão na hora do "só lamento, não foi dessa vez"???

Não. No dia do sorteio estaríamos em Paraty, e se eu contasse para meu marido ele roeria as pedras do centro histórico e nossa viagem se tornaria um caos. Como boa mulher forte, fiz esse sacrifício por meu marido (ouço risos).

Só sei que dia 21 de novembro fomos passear de barco, eu, Bernardo, Bruno e Digby, o cão. Estava um dia lindo, e chegamos numa ilha, numa praia deserta. Eu sabia que o sorteio estava acontecendo naquela hora, e que sairiam os nomes conforme fossem sorteados, mas resolvi deixar pra lá.

Numa hora em que realmente a curiosidade bateu, achei um cantinho onde Nossa Senhora do 3G intercedeu por mim e acessei o site do Cap.

Tava lá, o primeiro nome sorteado. O nome do meu filho e o meu ao lado como responsável. Eu não sei porque não desmaiei. Dei o celular pro Bruno e perguntei: "vê se é isso mesmo"... ele nem sabia de nada, pirou.

Eu chorei olhando pro mar, agradecendo a Deus, a Yemanjá, aos anjos, e dizia para Bruno "a gente merecia uma notícia boa".... e era verdade.

Bernardo perguntou o que estava acontecendo e eu contei que ele tinha sido escolhido num sorteio para uma escola especial. "Tipo Hogwarts?", ele perguntou... "claro, fiho!!"...

Ele viu nossa alegria (eu gritava que estava rica, que ia pra Disney, que ia correr pelada no centro histórico), e também a alegria da família conforme saímos ligando pra todo mundo.

Um pouco depois perguntou; "mas mãe, é tipo Hogwarts mesmo ou você pode me visitar?"... tadinho, ele achando que eu tava chorando de felicidade porque ia fazer a Maysa e mandá-lo para um colégio interno. "Não, filho, vou poder te levar e te buscar!"

Na volta, no barco, ele vinha pensativo... fiquei imaginando o que ele estava captando de tudo aquilo, mas não quis fazer perguntas... então do nada ele me manda:

"mãe, quando a gente chegar em Paraty eu posso comprar uma sacola bem grande?"
"claro, filho, porquê?"
"porque no ano que vem eu preciso de uma sacola grande para fazer o amigo oculto, porque tem meus amigos da Kids & Babies e tem meus amigos novos do CapUERJ"

Fiquei bem feliz, porque ele entendeu o principal...

Onde anda você?



Pois é, esse blog andou abandonado... eu entrei numa viagem existencial, precisei de um novo rumo na vida, fui à Índia em busca de iluminação....

Na verdade tive um bloqueio de escritor, e me enfiei num hotel isolado pela neve para conseguir inspiração e um pouco de contato com fantasmas assustadores, perdendo a pouca lucidez que me restava...

O que aconteceu foi simplesmente um momento de pausa. Por falta de tempo, não por falta de assunto. Aconteceu tanta coisa legal ao mesmo tempo, mais a vida agitada de trabalho, enfim, aquelas desculpas de mães cansadas que são mais do que verdadeiras embora levemente exageradas.

Então, me segue, me add, e vambora que eu vou recomeçar a ser essa pessoa engraçadinha de sempre.

Beijos,

Jack Torrance