quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Foto de turma na escola




Hoje Bernardo tem foto de turma na escola... a galera do Pré II tá se montando pra chegar na escola super lindo e sair legal na foto...

Adoro esses dias especiais escolares... minha avó tem pendurada no quarto dela uma foto minha quando estava no 3º jardim, toda sorridente, de uniforme e maria-chiquinha... como eu era um pouco exibida para fotos e afins, sei que gostei... lembro de um dia de foto na escola, em que o fotógrafo ficou no pátio do segundo andar, a gente era chamado de um a um, aquela expectativa... como lembro de um pano de fundo escuro, acho que foi o dia dessa foto na parede da minha avó...

Outras anos vieram, outras fotos foram feitas, nas escadas do colégio, todo mundo sorrindo, as professoras em pé ao lado da turma...

Aí no primário continuaram as fotos, e lembro que algumas me deixam tensa quando vejo, porque meu cabelo era por demais explodido e eu era dentuça... quer dizer, logo usei aparelho, mas devo dizer que não era muito feliz com minha imagem e preciso trabalhar meu sentimento...

(Por favor, amigo Amarante, não me venha com chantagens, mandando todas as fotos daqueles álbuns na estante da casa de Neida pra mim dentro de um envelope  pardo com uma carta escrita com letrinhas de revista pedindo todas as minhas jóias de família, ok?)

Hoje saí de casa e deixei separado o uniforme mais novinho, mais limpinho... Bernardo escolheu uma meia azul com caveirinhas pra usar, e disse que Tia Kelly já ensinou a eles as poses que devem fazer... está super animado, e acho que essas pequenas alegrias escolares são tão importantes e legais e incríveis e memoráveis que é por isso que sou super-mega-fã de escola, creche, enfim, esse espaço de convivência infantil tão importante.

Sei que todas as "mães malucas do PréII" também estão pensando nisso hoje: "será que meu filhote vai ficar fofo na foto? será que vão fazer um penteado estranho?"... e hoje de noite eles vão contar animados como foi, quem sentou do lado de quem, e aí vão ficar perguntando quando chega a foto, todo dia, até que elas cheguem...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Doki, Doki, Doki





Meu relacionamento com Doki começou quando Bernardo nasceu. Ele tinha crises de choro homéricas que paravam instantaneamente quando ele ouvia a música de abertura do desenho "Historinhas de Dragões".

Quando ele estava com uns 8, 9 meses, passeando no Shopping Iguatemi, ele avistou bonecos do Discovery Kids, sacudia os braços, ria alto... era o evento Ciranda Discovery Kids.

Entramos, e ele adorou ver os personagens, tiramos muitas fotos, em alguns momentos sentamos no chão para ouvir os monitores e engatinhar um pouco (o Bernardo, não eu).

No ano seguinte, mais Doki. Dessa vez Bernardo já andava, explorou tudo, passou a mão na barriga do Pablo várias vezes, adorou.

E assim seguimos com esse caso de amor com Doki e com outros personagens, e todo ano vamos ao evento.

Dessa vez fomos no dia da inauguração, depois com um amigo da escola e amanhã iremos com todos os primos (caos à vista).

Com tanto tempo de relacionamento estável com Doki, provado por fotos e certificados de exploradores e amigos da natureza, acho que já posso pedir uma parte da fortuna desse cachorrinho querido, não?

O evento acontece no Shopping Iguatemi aqui no Rio até semana que vem, e as crianças adoram, o Doki é aguardado como estrela de cinema ao final da brincadeira.

E esse ano aprendi uma frase com Doki que uso com Bernardo toda vez que ele quer fazer birra:




Vivendo e Aprendendo!!!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Samba, ordinária...



Uma deputada baiana quer proibir músicas de duplo sentido na Bahia... oi?

Entendo que algumas músicas denigrem a mulher ou são meio pesadas... a música baiana e também o funk carioca, podem ser exagerados com suas ordinárias e cachorras, e acho que em alguns momentos surgem dentro do próprio "movimento" músicas que respondem a isso, como a super Tati-Quebra Barraco: "sou feia mas tá na moda, tá podendo pagá o hotel prus homi e isso que é mais importante!" Outro dia vi uma entrevista com a Queen Latifah, e ela contou como fez letras fortes contra tantas "bitch" no rap americano, e levantou questões sérias sobre preconceito social, racial e contra as mulheres.

Mas agora uma pergunta de ordem prática: o que é uma música baiana de duplo sentido? Algumas tem um único sentido: a sacanagem, quero dizer, a poesia telúrica.

Vai ter uma comissão para analisar as letras?
"caro colega, acho que essa música nova que diz que quer comer um pirulito deve ser barrada.."
"mas nobre colega, é um anúncio de pirulito..."
"amigo, pirulito baiano tem sempre duplo sentido!"

E mais, se proibir nos eventos do governo, as pessoas vão começar a fazer reuniões na surdina, onde você chega numa casinha inocente e familiar, vestido com seu traje social, bate na porta com um código especial e quando entra no salão as pessoas estão loucas, ouvindo refrões repetitivos, fazendo dança do acasalamento e do encoxamento... quem nunca, né?

Ainda não ouvi nada sobre o desenrolar dessa história... talvez surja um movimento pró-música-de-duplo-sentido, e então "Foge, foge, super homem, foge, foge, mulher maravilha" vai se tornar um hino, uma canção de luta emblemática. Futuras gerações ouvirão junto com seus companheiros com olhos rasos d´água. Fazendo história, será o "quem sabe faz a hora não espera acontecer" da luta pelo direito de rebolar e fazer coreografias humilhantes...

Ou podemos assumir a arte na coisa toda, e criar um blog com a Carla Perez, onde cada dia ela posta uma coreografia edificante, tipo Boquinha da Garrafa, Dança do Põe-Põe, Carrinho de Mão, só para lembrar de alguns clássicos.

Minha dúvida é: e "Cavalgada", gente, quando é que alguém vai cair em si e perceber sobre o quê o Rei escreveu? Até hoje não me recuperei do trauma de infância ao descobrir que não era sobre um passeio num Querido Pônei!!!

Tem que ver isso aê...

Beijos,

Sarajane

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Prainha Bipolar




Há tempos Bernardo me pede para passear na praia depois da aula... como ele sai cinco e pouco, resolvi fazer uma surpresa, num dia em que Bruno chegaria cedo...

Peguei máquina fotográfica, mochila com toalha, cachorro, marido, e lá fomos nós em busca de aventura num início de noite.

Enquanto Bruno passeava pelo calçadão de Ipanema com Digby, o cão gigante, eu e Bernardo fomos até a beira da água, e eu me coloquei na pose de super fotógrafa, agora com uma super máquina...

O mar é fascinante, não importa hora, lugar, idade... a água estava gelada, mas mesmo assim Bernardo quis ficar de sunga, e brincar na beira do mar... corria como louco, pulava ondinhas, perguntava se peixes e tubarões já estavam dormindo...

Eu, num momento empolgado, me abaixei para pegar o melhor ângulo da brincadeira livre de meu filho (a poesia me tirou o juízo), e logo uma onda molhou minha buzanfa... então fiquei ótima, de bermuda jeans molhada..

Depois de muita brincadeira, voltamos para o calçadão, onde Bernardo disse que não gostava de água de côco... Bruno tomou a dele, e depois Digby ganhou de presente o côco geladinho...

Uma delícia de anoitecer, até que chega a hora de ir embora... Bernardo reclama, e só aceita quando digo que vamos passar na casa da vovó pra tomar um banho e tirar a areia.

Chegando no doce lar de vovô e vovó, Bernardo deita no chão da sala e fecha os olhos. A avó chama, ele resmunga, se encolhe. Aí vem o grande "twist" da história... ele começa a gritar que não quer tomar banho porque está dormindo, eu tento conversar, pergunto se algo aconteceu... ele está inconsolável... ele está irredutível... portanto, pego a criatura no colo e levo até o banheiro.

No percurso ele tenta se agarrar nas paredes, na porta, no box... se recusa a tirar a roupa, eu coloco ele de roupa e tudo debaixo d ´água. Chora, chama pelo pai, e eu, com meus anos de treinamento ninja-jedi-Grifinória, falo baixo, e digo que uma das coisas que não posso abrir mão é tomar banho depois da praia.

Não é necessário ter CID para viver a bipolaridade... toda mãe vive isso... num minuto seu filho é fofo, correndo pela areia num comercial de Ades, no outro tá uma vibe meio Regan MacNeil.

Na volta pra casa ele relaxou, conversou um pouco... falei pra ele que era importante que ele fosse meu amigo, que não fizesse bobeira, pra gente passear cada vez mais...

Quando chego em casa, guardando as roupas molhadas da praia, tentando encher meu coração de paz budista novamente, ouço uma conversa no corredor:

"Bernardo, vem escovar o dente!", diz o pai....
"NÃO QUERO AGOOOOOOOOOOORA NÃO", chora a criança....

Digby, o cão, deita na cama, se enrosca no edredon e procura relaxar, porque percebe que vida de humano não é fácil.