quarta-feira, 27 de abril de 2011

Me and Julio down by the schoolyard




Um telefonema muda tudo: hoje de manhã a escola do Bernardo me liga pra dizer que não vai ter aula porque estourou um transformador por causa das chuvas...


e lá vamos nós, vida de mãe é virar de cabeça pra baixo só por diversão, mesmo sem gostar de looping...


Depois de uma noite de enxaqueca tenebrosa me refaço, porque o dia vai ser de emoções... voltamos ao assunto cachorro-quente: ontem debatemos o porquê Bernardo diz não gostar do sanduiche se adora macarrão com salsicha, e a resposta é simples: ele acha que cachorro-quente é feito de cachorro, porque senão "não tinha esse nome, né, mãe?"...



Mais uma vez tento convencê-lo de que é a mesma salsicha, mas ele continua muito firme no propósito de achar que "não tem nada a ver"...


ele reclama que não vai ver os amigos hoje, pergunta se já chegou o final de semana, não aceita minhas explicações de que estamos apenas na quarta-feira e fica emburrado até começar "Meu Amigãozão", que hoje vai ser saboreado com gosto: ele vai assistir os 2 episódios "inteirizinhos" porque não tem escola...



Nunca imaginei que uma criança de quatro anos pudesse desconectar as sinapses de seu cérebro apenas com ondas sonoras de perguntas e questionamentos infinitos...



Minha irmã perguntou se eu queria assistir ao teatro do Cocoricó... falei que não, afinal já havia vendido as jóias da família ao comprar os ingressos pro Disney on ice... e além disso, preciso confessar uma coisa do fundo desse coração de mãe (beijo, Vicente Celestino): eu não aguento mais o Julio....



Sabe o Julio, amigo do Alípio, do Astolfo, da galinhada toda?


Pois é... não é preconceito ou "brulin", só porque ele é meio espinhento... é mesmo desgaste da relação...


Houve um tempo em que Bernardo assistia ao DVD do Cocoricó como se o mundo fosse acabar antes do casamento real... era Cocoricó o dia inteiro, mas eu achava ótimo porque era o que acalmava meu filhote de 1 ano em crise existencial... mesmo quando eu era "Team Julio" eu achava a voz dele irritante...


Só de pensar nos primeiros acordes de "Chuva, Chuvisco, Chuvarada" meu coração estremece... e "Piquenique no Quintal" é muito mais detonadora de surto esquizóide que "Sonhos" do Peninha...

Ou seja, nada de teatro do Cocoricó, até porque trabalhei esse meu sentimento e perguntei pro meu filho se ele queria ver o Julio, e ele disse que não... (UFA, quero dizer, que pena...)



Nesse meio tempo a chuva passou, passei com meu filhote canino que chegou em casa cheio de lama e foi encaminhado direto pro chuveiro... imaginem que relaxante dar um banho num labrador no box com direito a Bernardo fotografando (novo hobby dele)...



Nosso dia de folga está chegando ao fim... enquanto escrevo Bernardo brinca com o Homem de Ferro aqui do meu lado... daqui a pouco Papai chega e eu pretendo respirar um pouco (ou não)...



Bernardo está feliz porque viu no espelho que cresceu muito...



Eu estou com um band-aid no dedo porque num surto bipolar cosmético decidi que minhas cores de esmalte estavam "chatas" e misturei várias, até que um vidro estourou...



Ou seja, um dia cansativo e engraçado, marcando o fim da Era Julio.


Beijos,



Paul Simon

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Eu quero uma casa no campo (not)




Sexta-feira santa... 07:00 da manhã... no quarto começa uma bela ladainha: "já tá claro; mãe um novo dia já raiou; pai levanta pra ir pra piscina"....



Graças a uma veneziana aberta, Bernardo acorda muito cedo, junto com a claridade de um novo dia e toda aquela poesia que vai pros diabos quando você tá exausto e queria mesmo é dormir até meio dia, principalmente porque estava aquele friozinho que faz o carioca agradecer aos deuses pela serra...


Me rendi e levantei, colocamos a roupa pra tomar café e ir pra piscina... Bernardo falava tanto que até o Digby que sempre fica louco pra sair e correr pela grama, ficou deitado dormindo com Bruno, chocado por um humano falar tanto...





Fomos explorar a natureza, e as aranhas estão de volta mais assustadoras que nunca. Bernardo pegava plantas, observava, fugia de alguns insetos... e ficou preocupado se tinha alguma planta "envenenosa"...





Pegamos gravetos e "escrevemos" nossos nomes, e depois ele jogava os "gavetos" de volta pra natureza... num momento de silêncio, paz e calma, deitei na canga com ele e Digby juntos, e curtimos a natureza e o balanço das árvores por uns 2 minutos...





Vimos uma lagarta se enroscar numa planta, provavelmente pra fazer um casulo e virar borboleta. Bernardo fez uma experiância científica: comeu uma banana de manhã e deixou a casca na beira da piscina, pegando sol, para ver o que vai acontecer...


Descobriu que adora tirar fotos, e depois de tirar uma onde eu e Bruno posávamos na frente de uma árvore que plantamos, ele disse "mãe, sua cabeça ficou lá em cima"... quando olhei a foto, ele havia deixado nossas cabeças de fora...





Ele está adorando uns brinquedos agarradinhos da turma da Mônica que ficam aqui desde que ele era bebê... anda pra lá e pra cá com os bonecos, e aí a gente vê como brinquedos simples ganham significância na vida de uma criança pequena.





São descobertas incríveis, e aí a gente percebe que cada visita a um lugar é nova. E pelos olhos de uma criança isso é tão claro que faz a gente andar pelos cantos procurando algo novo que ainda não percebeu, um novo detalhe mágico na nossa rotina, nos nossos lugares comuns.




Bom feriado e boas descobertas pra todos.

Feliz Páscoa, Darwin




Bernardo sempre fala do sítio, quando vamos, que está com saudade das plantas... e quando eu digo "fala", vocês podem imaginar isso num continuum enlouquecedor...



Toda criança gosta do burrinho do Shrek, toda mãe ri de nervoso... eu por exemplo sempre fui contra DVD no carro, achava que não deixava a criança interagir com seu mundo imaginário, com seu lado lúdico de histórias e criatividade...




Isso é viagem de mãe louca, porque uma criança de 4 anos e meio num carro pode levar sua sanidade mental a lugares nunca antes visitados... e num engarrafamento na linha vermelha te leva a um desespero nunca antes imaginado...




Tentamos brincadeiras, músicas, nada adiantou... Bernardo falava e falava, sem parar, sobre tudo, mas principalmente sobre como o sítio era longe e como faltava muito pra chegar...



Nosso carro estava cheio, e a bagagem começou a me irritar... perguntei ao Bruno se ainda existiam aquelas vans pequenas, e Bernardo respondeu depressa; "mãe, quem não existe mais são os dinossauros."...



e continuou: "e antes de nós eram os índios"... e aí recordou a nossa conversa sobre Páscoa no dia anterior: "pai, o Natal é festa do nascimento de Jesus, e a Páscoa é quando ele morre... uma Fada Boa Maluca vem e leva ele pro céu, e lá os coelhos jogam chocolate nele e gritam SURPRESA"...




Bruno ficou tão chocado com tanta neo-teologia junta que falou: "mas filho, não é legal jogar coisas nas pessoas.."




e Bernardo continuou: "mas os coelhos do céu podem, porque eles vivem lá com os dinossauros e os índios, que viveram aqui antes de nós..."




no dia em que elaboramos essa teoria sobre a festa surpresa no céu dos coelhos para Jesus, Bernardo tinha entrado comigo na Malharia Mena e ficou olhando para as máscaras de coelho do saara que enfeitavam os manequins... como ele parecia mesmo impressionado, uma vendedora simpática falou "olha, Bernardo, os coelhinhos", ao que ele imediatamente respondeu "vi sim, mas eles são assustadores!!"




No carro, tirei aquilo que foi a salvação da nossa viagem: um rolo de plástico bolha que tinha pego no trabalho para distraí-lo caso estivesse chovendo no sítio...



Ele também chegou a uma conclusão muito importante: quem morava no Brasil antes da gente eram os índios, depois Jesus, depois os dinossauros... repetiu isso várias vezes....



Isso porque ainda não se ligou que também temos Tiradentes e São Jorge na jogada!!!



Chegamos no sítio, e realmente a felicidade dele e do Digby fazem a gente esquecer do trauma do trajeto...



E temos aqui uma grande novidade: me rendi a cibernética no sítio!! Trouxe meu nightbruke, e estou na Hebe, diretamente do meu recanto de silêncio que hoje em dia é preenchido pela mesma pergunta o dia inteiro: mãe, brinca comigo, por favooooooooooooooooooor"



Beijos, Feliz Páscoa!!!

domingo, 17 de abril de 2011

Morte e Vida Severina


Bernardo essa semana me perguntou, enquanto nos arrumávamos pra natação: "Mãe, eu vou morrer?".... e eu, na boa: "claro, filho, todos vamos!"... enquanto corria procurando óculos e sunga...


"Mas eu não quero morrer!!!".... BUM! momentos de tensão... comolidar?... será que ele viu algo violento na TV e traumatizou? será que ele ouviu alguém comentar sobre a tristeza em Realengo? o que responder para não acrescentar ainda mais tempo pra futura terapia...


"Ih, cara, todo mundo morre, é tranquilo..."... "mas eu não vou!!", respondeu com seu famoso bico e cara de adolescente rebelde de apenas 4 anos e 4 meses... "não vou, não vou, não vou".... estava super decidido...


Lá fui eu: "filho, tudo bem, todo mundo morre, é legal, você não sabe que o vovô tá no céu?".... ele me interrompeu revoltadíssimo: "mãe, eu não vou pras nuvens!!!!".... e ficou um tempo reclamando das nuvens, que lá era tudo branco, que não tinha nada pra fazer, que era chato....


Bora lá, ser mãe é fazer todo um trabalho religioso também... "filho, o céu é legal, o seu vovô Zé tá lá e ele gosta!"....ele: "não gosta não que eu sei..."


Opa... "meu filho, como você sabe?", perguntei já esperando uma resposta mediúnica... "eu sei porque eu sei aqui da minha cabeça".... e saiu do quarto muito revoltado, naquele seu estilo preciso ficar sozinho...


No dia seguinte era aniversário do nosso cachorro... enquanto dava os parabéns pro irmão canino, Bernardo me pergunta se Digby vai morrer... eu respondo "claro, filho, todos vamos..." ... e ele "mãe, mas ele vai morrer de olho aberto ou fechado?"... respondo que isso eu não sei, mas fico feliz em perceber que ele aceitou essa explicação sem crises....


De noite ele me diz: "mãe meu coração tá batendo, eu tô vivo, quando ele parar eu morro"... aí descobri que ele estava aprendendo sobre o corpo humano na escola, e deve ter aprendido sobre circulação e decidido levar tudo a um outro nível de filosofia e quiçá teologia...


Na hora de dormir, ele fala "mãe, não quero ir pras nuvens"... eu pergunto porque, ele não responde... aí eu digo "filho, seu avô gostava de CDs, de música... ele tá lá numa boa, ouvindo o que ele gosta..."


Bernardo então abriu os olhos espertos e perguntou: "mãe, no céu tem CD??"... "tem, filho, e DVD também..."... pronto, ele abriu um sorriso e falou muito animado: "Oba!!! então eu vou pras nuvens!!!"...... virou pro lado e dormiu em segundos.


Eu acredito que ele deve ter ouvido alguém dizer que a morte é um descanso. E como ele não quer descansar nunca, achou que a morte seria uma roubada. Mas a partir do momento em que descobriu que há vida após a morte, ficou de boa.


Beijos,


Kardec

domingo, 10 de abril de 2011

A Semana do Presidente 2


Minha semana foi estranha... comecei tensa porque pelo resultado de um exame de sangue achei que estivesse entrando na menopausa (vocês conhecem meu lado surtado)... ok, essa beleza e sopro de juventude não iriam durar pra sempre, mas me peguei com pena das pessoas a minha volta quando estivessem lidando com minhas crises, os calores, os pitis da menopausa.


Fiquei com um pouco de medo das mudanças... acabou que não era nada disso, e eu pra variar sou um pouco X-Men, desapareço com coisas que surgem em mim, tenho gens tortos e exames malucos...


Mas foi engraçado imaginar eu e minhas amigas trocando informações sobre reposição hormonal, indo para o alongamento da terceira idade na pracinha, essas coisas fofas do amadurecimento.


Também fui selecionada pelo shopping Iguatemi para ir a pré-estréia de Rio, e é sempre muito bom quando se ganha alguma coisa legal de modo inesperado.


Na terça feira Bernardo voltou a natação, está muito feliz, parece um sapo pulando dentro d´água, e estou babando com sua alegria.


Também foi uma semana de tristeza por causa da escola em Realengo, e ainda uma semana de revolta com o modo com que estão lidando com tudo, querendo procurar razões e explicações reducionistas (o que não funcionou nos outros países que sofreram coisas parecidas). Disseminar medo e preconceito nunca é bom para nenhuma sociedade.


Na quinta à noite, enquanto as TVs mostravam imagens e entrevistas doloridas, Bolsonaro era entrevistado no Superpop... é uma ironia bisonha que uma tragédia com tantos detalhes sofridos tenha se encontrado com as declarações de um homem que acha que é corajoso e rei da verdade, um comportamento que gera mais preconceito, dor, falta de comunicação....


O atirador era louco? Sofreu bullying? Era fanático religioso? Era esquizofrênico como a mãe? Era viciado em drogas? Era revoltado por ser adotado? Foi abusado sexualmente? Foi rejeitado por meninas? Não importa, na verdade... As respostas serviriam para que a gente discuta mais o que acontece em nossas escolas, nossa saúde, nossas famílias... mas não vai servir de nada a gente escolher uma categoria e associá-la ao medo de outro ataque.


A quem interessar possa... o Ministério da Saúde e de Educação tem um programa Saúde na Escola, em vários municípios... que tal a gente se informar e buscar as autoridades, saber o que está sendo feito com esse dinheiro, dar idéias para grupos e debates, informar os professores, dar apoio a nossas crianças e adolescentes?


Melhor que assistir ao Fantástico e deixar que o medo tome conta da gente.


Beijos... com esperança de que isso não aconteça nunca mais.

terça-feira, 5 de abril de 2011

a Páscoa e a discórdia


Depois do carnaval vem a páscoa, de acordo com o calendário surtado de eventos comerciais... desde que Momo nos deixou, as lojas americanas foram invadidas por ovos e chocolates, lembrando a todos que tá na hora de gastar mais dinheiro e comemorar o feriadão, quando finalmente honraremos a memória do nosso herói Tiradentes... (oi?)


Meu último domingo foi de pura alegria... 11 crianças e suas mães.. um pai perdido (Bruno), um labrador louco... nós fizemos um lanche aqui em casa pra celebrar a páscoa da turma da escola do Bernardo, com direito a "ovo oculto"...


Não sei o que aconteceu com nossas crianças... seria a ansiedade pelo ovo? seria a crise dos 4 anos? seria histeria coletiva?


Eles gritava, eles corriam, eles misturavam batata palha, salsicha e sorvete...


As caixas de brinquedo do Bernardo estavam espalhadas, não havia mais nada dentro do armário, fizeram cabaninha com o colchão... e gritos, muitos gritos, que podiam ser ouvidos da minha portaria...


Inclusive o lado TOC do meu filho quase pirou: "mãe, eu não tô gostando, eles estão espalhando tudo"... e eu expliquei que era permitido fazer bagunça, e depois era só guardar tudo de novo...


No início as espadas jedis foram alvo de brigas, crises, e tiveram que ser recolhidas... tinha um tacape também, mas afinal que mãe dá um tacape com cara de caveira para um grupo insandecido de crianças? (eu não fui)


Digby, o cão, no início latia porque queria participar da bagunça, mas logo desistiu ao ver o quadro que ia se formando...


Teve briga, grito, soco, pontapé, e o grande pomo da discórdia foi um carrinho Hot Wheels roxo, brinde do MacDonald´s... soube por eles que era um Hot Wheels especial, que tinha um "sobrenome" em inglês que até agora não descobri qual era... "mãe do Bernardo, ele não quer me emprestar o carrinho Hot Wheels", era a grande queixa...


No dia seguinte eles mesmos contaram para a professora o caos que fizeram, pelo menos eles perceberam que ultrapassaram todos os limites da boa educação britânica que receberam...


Eu adorei, porque bagunça com nossas crianças é sempre uma delícia... mas confesso que estou preocupada com nossa ida a bienal em setembro... e confesso³ ter um pouquinho de inveja da tia Kelly, que consegue manter nossas ferinhas comportadas na sala de aula, prestando atenção na colagem de pauzinhos de picolé no papel... seria a água da escola batizada com florais?


Digby adorou, porque ganhou muito carinho até de quem tinha medo de cachorro... e Bruno... bem, Bruno disse que em setembro, justamente na época da bienal, vai ter um compromisso inadiável e não vai poder nos acompanhar.


Beijos,


Monstro do Boliche




sexta-feira, 1 de abril de 2011

Transformação da Xuxa


Essa semana rolou um bafafá em Hollywood porque a bailarina que dublou Natalie Portman nas cenas de luta jedi, digo, de balé clássico, falou para a imprensa que Natalie fez quase nada das cenas de dança de Cisne Negro.


Os diretores, produtores, se manifestaram, dizendo que tinham como provar que ela havia feita 85% das cenas de dança, que nas telas a dublê está apenas nas cenas em que aparecem os pés... (não lembro direito se é 85% mesmo, mas serve pra ilustrar um ponto de vista).


Não vi Cisne Negro, até porque vi algumas cenas que me deram pesadelos por conta dos olhos vermelhos loucos de bala de Natalie dançando. Não sei se no filme é genial, mas no trailer ficou maneiríssimo.


O fato é que a bailarina dublê de corpo acha que se todos soubessem que Natalie apenas dançou em 10% (mais estatística louca), poderia não ter ganho o Oscar, uma vez que muitos ficaram extremamente bem impressionados com as cenas de dança da atriz, que havia se dedicado muito aos treinos, que havia ido "além de limites" para aprender a dançar e brilhar muito nos palcos da Patolândia.


Aí eu pergunto: oi* (insira o ponto de interrogação)... tudo bem que a gente fica impressionado com a mudança física de um ator, seja emagrecendo muito (esse ano o Christian Bale, por exemplo), ou aprendendo uma coisa aleatória tipo tocar piano com os dentes. Mas não é só isso.


Não é porque arrancou um siso com um patins que Tom Hanks levou o Oscar em Náufrago, por exemplo. (Na verdade quem ganhou o Oscar naquele ano foi o Russel Crowe como Gladiador, mas finge, tá)...


Dustin Hoffman não ganhou um Oscar em 82 por Tootsie apenas porque se vestia de mulher, e sim porque era uma mulher muito, muito feia. (ok, quem ganhou o Oscar foi o Ben Kingley por Gandhi, que também era uma ótima transformação). Aliás quem curte o Laerte e sua nova moda deve ter lembrado do nariz do Dustin Hoffman embaixo da maquiagem.


Acho que a bailarina viajou. Natalie ganhou um Oscar merecido porque ela pariu Lea e Luke, e tenho dito. Mas que as pessoas valorizam essas transformações e reinvenções, isso é verdade. O fato é que estou pensando em fazer o papel de sei, lá, Pato Donald, pra ver se sou valorizada. Posso tomar remédios para crescer penas, pintá-las de branco, treinar durante meses a minha voz de pato do Fantástico.


Beijos,


Ariadna

Eu não te amo mais, Glee


O lance é o seguinte: desencanei... não te amo mais, chorameliga, Glee...


Outro dia assisti ao último episódio da primeira parte da segunda temporada, e eles estavam preparando a música para cantar no campeonato, e estavam compondo uma música.


Eu achava que seria tudo emocionante como na primeira temporada, e não foi... até aí tudo bem, até porque não iria aguentar outro corte de franja. Mas algo me decepcionou profundamente, algo afetou meu ser politicamente correto, e a ativista de direitos civis que há em mim venceu a nerd que quer ser estrela da Broadway.


Eles compuseram uma música chamada "Loser like me", porque eles são jovens nerds, excluídos, estranhos, renegados e sofrem bulliyng... tudo ia ótimo, eles iriam cantar sobre a volta por cima, sobre como a música fazia deles vencedores, ou algo do tipo, tudo bem clichê e poético, mas não foi o que aconteceu...


A música tá indo e do nada a letra vem com "você vai ver quando eu for seu chefe"... opa..


E depois segue, indo além do revanchismo barato e necessidade de pisar no outro: "te vejo quando você estiver lavando meu carro"... opa²


Essa frase ecoou na minha espinha!!


Ou seja, lavar carros faz de você um zero a esquerda... valeu, Glee, muito construtivo para uma série que vinha falando sobre preconceito racial, social, religioso e estratosférico.


Ótimo saber que seus heróis querem, além de tocar corações adolescentes com sua música, se transformar em chefes carrascos e sem ética.


Que bonito vocês ganharem um globo de ouro pra ir até o lava jato da esquina humilhar um funcionário.


Achei tão absurdo que nem me dei ao trabalho de descobrir quem foi o infeliz que escreveu isso, ou de saber se mais alguém se sentiu ofendido.


A primeira temporada foi muito boa. A segunda começou mais fraquinha e acabou sendo preconceituosa e com uma "mensagem" esquisita. Mas enfim, o que eu podia esperar de um seriado sobre a vida no ensino médio de uma escola americana, né... E em algum lugar John Hughes, o cara que leu nossa adolescência a partir de histórias de adolescentes americanos, está achando tudo muito esquisito.

A Semana do Presidente


Inauguro uma nova etapa desse humilde registro de minhas filosofadas...


Com vocês: A SEMANA DO PRESIDENTE!!!! (tã-rã-rã-dãn-dãn-pãn-pãn)


Pra quem não é quase idoso como eu, esse era um quadro do SBT quando ainda se chamava TVS, e mostrava o dia-a-dia de João Figueiredo. A partir de agora vou me forçar a largar a preguiça e postar toda semana aquilo que de mais interessante me aconteceu, ou relatar alguma coisa bem legal que eu tenha visto, conhecido ou experimentado.



- Participei de uma luta com outras mães loucas do pré II para comprar ingressos para o Disney on Ice (saímos vitoriosas)


_ Vi uma pororoca humana diante de engradados de coca-cola em promoção no Guanabara, e sobrevivi


- Ajudei Bernardo a desenhar o i maiúsculo e minúsculo


- Fiquei feliz com o nascimento de João Pedro, mais um flamenguista na área


- Vi amigos queridos voltando de viagem felizes


- Estou preparando um lanche para a turma da escola do Bernardo aqui em casa (4 kilos de salsicha, tá bom ou é exagero *insira aqui um ponto de interrogação porque eu não acho no meu nightbrooke)


- Assisti a Bolsonaro falar besteira e torci para que nosso país seja menos estúpido, preconceituoso e racista


- Marquei e remarquei minha agenda, percebendo que o tempo não pára e não dá trégua pra quem bobeia


- Com um pouco de choro descobri que não posso controlar o mundo


- Assisti a uma reunião sobre vacinação e lembrei de como eu adoro ver gente inteligente e interessante falando


- Reverenciei José de Alencar e a vida que ele teve


- Vi o novo anúncio da Coca-cola, e gostei


- Revi amigos numa feijoada


- Vi o Escher sem fila


- Assisti Nárnia 3 com Bernardo falando o tempo todo: "cadê o Pedro, cadê a Suzana" e "o que vai acontecer agora", melhor que prova de resistência de reality show


Uma boa nova semana para todo mundo!!!!!!!!!!!