sexta-feira, 1 de abril de 2011

Eu não te amo mais, Glee


O lance é o seguinte: desencanei... não te amo mais, chorameliga, Glee...


Outro dia assisti ao último episódio da primeira parte da segunda temporada, e eles estavam preparando a música para cantar no campeonato, e estavam compondo uma música.


Eu achava que seria tudo emocionante como na primeira temporada, e não foi... até aí tudo bem, até porque não iria aguentar outro corte de franja. Mas algo me decepcionou profundamente, algo afetou meu ser politicamente correto, e a ativista de direitos civis que há em mim venceu a nerd que quer ser estrela da Broadway.


Eles compuseram uma música chamada "Loser like me", porque eles são jovens nerds, excluídos, estranhos, renegados e sofrem bulliyng... tudo ia ótimo, eles iriam cantar sobre a volta por cima, sobre como a música fazia deles vencedores, ou algo do tipo, tudo bem clichê e poético, mas não foi o que aconteceu...


A música tá indo e do nada a letra vem com "você vai ver quando eu for seu chefe"... opa..


E depois segue, indo além do revanchismo barato e necessidade de pisar no outro: "te vejo quando você estiver lavando meu carro"... opa²


Essa frase ecoou na minha espinha!!


Ou seja, lavar carros faz de você um zero a esquerda... valeu, Glee, muito construtivo para uma série que vinha falando sobre preconceito racial, social, religioso e estratosférico.


Ótimo saber que seus heróis querem, além de tocar corações adolescentes com sua música, se transformar em chefes carrascos e sem ética.


Que bonito vocês ganharem um globo de ouro pra ir até o lava jato da esquina humilhar um funcionário.


Achei tão absurdo que nem me dei ao trabalho de descobrir quem foi o infeliz que escreveu isso, ou de saber se mais alguém se sentiu ofendido.


A primeira temporada foi muito boa. A segunda começou mais fraquinha e acabou sendo preconceituosa e com uma "mensagem" esquisita. Mas enfim, o que eu podia esperar de um seriado sobre a vida no ensino médio de uma escola americana, né... E em algum lugar John Hughes, o cara que leu nossa adolescência a partir de histórias de adolescentes americanos, está achando tudo muito esquisito.

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